terça-feira, 25 de outubro de 2011

Adeus

"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chegapara afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhoseram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de tinão há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uma contratura vem sempre a calhar

Principalmete quando estamos doentes hà uma semana e para rematar eis que aparece uma puta de uma contratura! Mas ao menos, se as dores fossem só físicas podia deitar-me serena, descansar, quiça providênciar uma massagem. Mas as dores são mais profundas, uma encruzilhada de dores na alma, escondidas por detrás da dor física, mas que não deixam que o corpo descanse e nem que trabalhe! Se ao menos a tristeza me desse umas horas de repouso já agradecia...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A verdade...

È que mais uma vez sinto-me a morrer na praia, depois de atravessados oceanos num bote instável, depois de tanto remar meses contra a maré nem sequer um salva vidas encontro... ingrato, frustrante, desmotivante...

domingo, 16 de outubro de 2011

13º mÊs?

"Os ingleses pagam à semana e claro, administrativamente é uma seca! Mas ... diz-se que há sempre uma razão para as coisas! Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa. Que é esta que constroi mitos paternalistas e abençoados que a malta mais pobre, estupidamente atenta e obrigada, come sem pensar! Fala-se que o governo pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º mês. Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira. Perguntarão porquê. Respondo: Porque o 13º mês não existe. O 13º mês é uma das mais escandalosas de todas as mentiras do sistema capitalista, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam. Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.Suponhamos que você ganha € 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de € 8.400,00 por um ano de doze meses.€ 700 X 12 = € 8.400,00 Em Dezembro, o generoso patrão cristão manda então pagar-lhe o conhecido 13º mês.€ 8.400,00 (Salário anual) + € 700,00 (13º mês) = € 9.100 (Salário anual mais o 13º mês) O trabalhador vai para casa todo feliz com o patrão.Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer umas simples contas que aprendeu no 1º Ciclo:Se o trabalhador recebe € 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana € 175,00.€ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = € 175,00 (Salário semanal)O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos € 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será € 9.100,00.€ 700,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = € 9.100.00O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º mês. Surpresa, surpresa ? Onde está portanto o 13º Mês? A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse facto simples.A resposta é que o patrão lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias,outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o patrão só paga quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.No final do ano o generoso patrão presenteia o trabalhador com um 13º mês, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.Se o governo retirar o 13º mês aos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes. Não existe nenhum 13º mês. O patrão apenas devolve o que sorrateiramente lhe surrupiou do salário anual.Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional."

By... Alguem inteligente!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cumulo da obesidade...

Ver o peso pesado a comer salame! GOD