"Torno a levantar-me. Não vejo o barquinho, não sei o que é feito dele.
Ingleses, franceses e belgas abandonaram a África e agora exigem que façamos como eles fizeram? Estão enganados, somos diferentes, não viramos costas à Pátria que dilatámos, soprados somos pelos ventos da História. Não querem ouvir-me e fico só, orgulhosamente só. (…) É-me já difícil manter o equilíbrio orçamental: três guerras no Ultramar e o consequente sorvedouro financeiro, também a expansão económica da Metrópole que já não consigo domar... Paliativos? As remessas dos emigrantes, o turismo (com a consequente infecção da nossa moral e costumes), também o investimento estrangeiro. Assim começa a ser ofuscada a nossa forma de estar no mundo... É preocupante, mas pior que tudo são as traições. Em 1964 o Papa visita a Índia e, no ano seguinte, visita as Nações Unidas que tanto me atanazam. Não lhe perdoo, nem sequer quando vem a Fátima a 13 de Maio de 1967."
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